VÉSPERA DE FEIRA
São circos velhos quadrados, montados sem picadeiros
Pá,pá,pá e tome prego
Pá,pá,pá e tome prego
Puxa e repuxa arame; tome-lhe cunha e martelo.
Depois vem a empanada… assim, sem pano e sem nada.
Pá,pá,pá e tome prego
Pá,pá,pá e tome prego
Puxa e repuxa arame; tome-lhe cunha e martelo.
Depois vem a empanada… assim, sem pano e sem nada.
Pi-bit! – Buzina os beiços
Avança um carro de mão, na mão e na contra-mão
Cachaça sem água tônica conduzindo a condução.
Avança um carro de mão, na mão e na contra-mão
Cachaça sem água tônica conduzindo a condução.
Óh o mei!…Óh o mei!….Óh o mei!!!
Passa um trem de chapeados
Um doido mamando gelo debocha dos desgraçados
É o pega-pa-ca-pá que começa incapetado.
Passa um trem de chapeados
Um doido mamando gelo debocha dos desgraçados
É o pega-pa-ca-pá que começa incapetado.
Feirantes, galinhas e catrevagens
Se debulham da espiga duma velha lotação
Boléia deselegante de alma chevrolezante
Travesti de caminhão.
Chega a discriminação discutir com dois pneus:
É um vira-lata rajado, magro, desqualificado
Que nem sabe onde nasceu.
Se debulham da espiga duma velha lotação
Boléia deselegante de alma chevrolezante
Travesti de caminhão.
Chega a discriminação discutir com dois pneus:
É um vira-lata rajado, magro, desqualificado
Que nem sabe onde nasceu.
Caçula sem caçulagem, fala com sua vidinha:
- Eu não posso mais comigo… Filho de nada é nadinha!!
- Ô calorzão aloprado! – Fala o pai, de mão inchada
Aterrando com farinha as tripas enfastiadas
E um lipigute de cana, duma garrafa à paisana
Aprumando a cusparada.
- Eu não posso mais comigo… Filho de nada é nadinha!!
- Ô calorzão aloprado! – Fala o pai, de mão inchada
Aterrando com farinha as tripas enfastiadas
E um lipigute de cana, duma garrafa à paisana
Aprumando a cusparada.
Cascas das primeiras frutas abrem escalas pelo chão
Causando ascensão e queda do primeiro escorregão.
Ah! Ah! Ah! Diz o sorriso… – Qualé a graça que há?
- Todo cristão abusado tem queda pra escorregar!
Causando ascensão e queda do primeiro escorregão.
Ah! Ah! Ah! Diz o sorriso… – Qualé a graça que há?
- Todo cristão abusado tem queda pra escorregar!
Melancias: beiços verdes de sorridão encarnado
Jacas: peitinhos duros, abacates barrigudos do verde e do roxicado
As cabeleiras dos milhos, e carradas de cajus com castanhinhas no colo
E rabos de abacaxis cheios de não-me-toques
Para tanta alegoria vão precisar de reboques!
Jacas: peitinhos duros, abacates barrigudos do verde e do roxicado
As cabeleiras dos milhos, e carradas de cajus com castanhinhas no colo
E rabos de abacaxis cheios de não-me-toques
Para tanta alegoria vão precisar de reboques!
É isso mesmo meu chapa! Todo feirante dá duro!
Encosta numa rudia, e é noite em claro… no escuro.
No bate-asas dos galos, sacode toda preguiça feito cachorro molhado
Penteia a pessoa dele assim mei descangotado
Engole qualquer mastigo, diz que tá de sangue novo
E vai todo esprivitado
Caçar os últimos trocados da luta braba do povo.
Encosta numa rudia, e é noite em claro… no escuro.
No bate-asas dos galos, sacode toda preguiça feito cachorro molhado
Penteia a pessoa dele assim mei descangotado
Engole qualquer mastigo, diz que tá de sangue novo
E vai todo esprivitado
Caçar os últimos trocados da luta braba do povo.
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